Tiago 3 - A língua

Nestes 38 anos de vida que tenho, vi muitas pessoas perderem ótimas oportunidades porque simplesmente disseram palavras erradas. Alguns de nós, falhamos por falar demais ou, até mesmo, não falar corretamente.

O capítulo três deste livro começa falando a respeito do falar (pleonasmo proposital). O homem perfeito é aquele que não tropeça nas palavras e consegue controlar todo o seu corpo - verso 2. Em diversas passagens bíblicas, podemos extrair textos que citam o ato de falar e a importância dele. A exemplo disto, temos Jesus. Em diversos momentos, teve a oportunidade de falar e acusar os seus perseguidores. No entanto, Jesus ficava calado porque não era a função dele acusar ou se defender. Quantos de nós ficaríamos calados diante de uma "ótima oportunidade" de se defender? Aquela velha expressão - "eu não levo desaforo pra casa". Controlar a língua e não tropeçar nas palavras não é uma tarefa tão fácil. E o texto continua com analogias a cavalos e navios - versos 3 e 4.

"Ora, a língua é fogo; é mundo de iniquidade; a língua está situada entre os membros de nosso corpo, e contamina o corpo inteiro e não só põe em chamas toda a carreira da existência humana, como é posta ela  mesma em chamas pelo inferno." - verso 6

Em uma análise racional, compreendemos que a língua é uma arma capaz de destruir os outros e quem a possui. Ou seja, você pode utilizar a língua para sua própria ruína e capaz de matar alguém apenas com suas palavras.

Vejamos o que diz dois textos bíblicos quando se refere à língua e às palavras:

"Do fruto da boca o coração se farta, do que produzem os lábios se satisfaz. A morte e a vida estão no poder da língua; o que bem a utiliza come do seu fruto."

Provérbios 18:20 e 21.

"Ou fazei a árvore boa e o seu fruto bom, ou a árvore má e o seu fruto mau; porque pelo fruto se conhece a árvore.

Raça de víboras, como podeis falar coisas boas, sendo maus? Porque a boca fala do que está cheio o coração.

O homem bom tira do tesouro bom coisas boas; mas o homem mau do mau tesouro tira coisas más.

Digo-vos que de toda palavra frívola que proferirem os homens, dela darão conta no dia de juízo; porque pelas tuas palavras serás justificado, e pelas tuas palavras serás condenado."

Mateus 12:33-37

No livro de Provérbios, lemos que o coração (espírito) se farta do fruto da boca. Ou seja, o interior do homem é saciado com as palavras que saem de sua boca. Enquanto que no livro de Mateus, podemos perceber uma antítese no que se refere à saciedade. Neste caso, a boca profere as palavras que saem do coração (espírito) - interior do homem. Há também a comparação com o fruto.

Nós = árvore | Palavra = fruto.

Lembro-me da expressão que diz "uma mentira não pode ser sustentada por muito tempo" ou aquela mais comum "toda mentira tem perna curta". É necessário muito cuidado com as palavras que saem da nossa boca.

Continuando a meditar neste capítulo tão rico do livro de Tiago, me deparo com a bênção e a maldição - verso 10. Leia o texto a seguir:

"...Com ela bendizemos ao Senhor e Pai; também com ela amaldiçoamos os homens, feitos à semelhança de Deus: de uma só boca procede bênção e maldição. Meus irmãos, não é conveniente que estas coisas sejam assim. Acaso pode a fonte jorrar do mesmo lugar o que é doce e o que é amargoso? Acaso, meus irmãos, pode a figueira produzir azeitonas, ou a videira, figos? Tão pouco fonte de água salgada pode dar água doce." - versos 9 ao 12

É inconcebível um filho de Deus, alguém que promulgue a fé de Cristo e que se diz andar em seus caminhos (o Evangelho), não ter atitudes compatíveis com as palavras proferidas. Jesus disse: "Tenho muitas coisas a dizer e a julgar a vosso respeito, mas o que me enviou é verdadeiro e o que dele ouvi eu o digo ao mundo." João 8:26.  Jesus falava do que tinha ouvido o Pai (Deus) falar. Ele é um imitador de Deus. Nós somos imitadores de Cristo. E, nesta condição, as palavras frívolas (inúteis), torpes (palavrões ou palavras de baixo calão) não devem ocupar a nossa boca. Não é possível alguém dizer que tem o Espírito Santo habitando em seu interior, proferir tais palavras que o próprio Deus condena. Esta admoestação é para que nós consertemos o quanto antes a nossa maneira de falar.

Por fim, o mesmo capítulo encerra da seguinte forma:

"Quem dentre vós é sábio e inteligente? Mostre com um bom proceder as suas obras repassadas de doçura e de sabedoria.

Mas, se tendes no coração um ciúme amargo e gosto pelas contendas, não vos glorieis, nem mintais contra a verdade.

Esta não é a sabedoria que vem do alto, mas é uma sabedoria terrena, humana, diabólica.

Onde houver ciúme e contenda, ali há também perturbação e toda espécie de vícios.

A sabedoria, porém, que vem de cima, é primeiramente pura, depois pacífica, condescendente, conciliadora, cheia de misericórdia e de bons frutos, sem parcialidade, nem fingimento.

O fruto da justiça semeia-se na paz para aqueles que praticam a paz. "

Tiago 3:13-18

Que o Senhor abençoe sua vida e que você possa, através desta meditação, mudar a sua maneira de falar e entender as palavras que saem de sua boca e, também, as que são recebidas em seus ouvidos.

Oração:

"Pai, abençoe a cada um que leu esta mensagem. Dá-lhes entendimento e sabedoria para proferirem palavras abençoadoras. Te peço domínio próprio, paciência, inteligência, compreensão, mansidão e paz. Que sejamos exemplos de pessoas que não tropeçam em suas próprias palavras, para vivermos uma vida melhor. Em nome de Jesus - Amém!"